quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Aniversário de Jimmy Hendrix

A dimensão humana junto ao poder de síntese da arte é o que sempre me apaixonou. O poder de ser extremamente íntimo e solitário na sua criação, mas tocar a intimidade de toda uma multidão, cada um com suas diferenças. Porém, quando imagino Johann Sebastian Bach criando todas aquelas polifonias em sua distante época e ainda tão profundo e atual; quando pela primeira vez parei em frente ao original "Rosa e azul" de Renoir e ví toda aquela luz, aquela força de expressão (as reproduções fazem parecer um quadro prosaico, mas, estar frente a frente com o original da obra é uma coisa inebriante) penso que alguns caras tem algo além do que a maioria dos simples mortais, e não estou falando de religiosidade não. É pensando nisso que quero deixar minha homenagem ao aniversário de um cara que também fez na arte algo que pra mim vai além do que nós mortais poderíamos fazer. Hoje um senhor, James Marshall Hendrix completa mais um ano de vida. E ele era um guitarrista! um bluesman psicodélico, um grande compositor e arranjador, uma mente livre, uma alma inflamada. E, tocando guitarra... ah, meu deus! o que era aquilo! Obrigado, mestre. Você foi insuperável!


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Violinos, barracas de camping e grandes olhos

Há vinte anos atrás entrei no berçário do Hospital Samaritano em Sorocaba, e todas as crianças estavam dormindo, embora fosse em torno do meio-dia. Menos uma, que estava com seus olhões arregalados. Eu já era um menino aos 23 anos, mas confesso que ainda tinha muito que aprender, muito que viver para me tornar o menino que hoje sou. Esse bebê continua com olhos enormes como os meus. Mas cresceu, ficou do meu tamanho, e me cresceu junto. Há vinte anos atrás, minha Gabi Silva estreiava neste mundo louco e belo. O amor renascia pra mim. Quando pela primeira vez a peguei em meus braços e senti seu cheiro, não fazia idéia de quanto minha vida mudaria, e para melhor. Nesses vinte anos, brincamos, cultivamos nossos silêncios, dividimos nossa barraca de camping, estudamos violino juntos, trocamos livros e filmes, fomos mais do que pai e filha, amigos. Lembro que quando gravei o CD "Diversônico" da banda Deciberros, de uma certa maneira até hoje inédito, apesar de ter tocado bastante em rádio, era uma época em que eu ficava o dia todo com Gabi, ela com mais ou menos seis pra sete anos. Passava horas no estúdio, vivenciando aquela experiência incrível que era gravar meu primeiro CD realmente com músicas autorais, cuidar dos arranjos, dos timbres. Não tinha com quem deixar Gabi, e a levava com uma sacola de brinquedos para o estúdio. Enquanto eu gravava as guitarras, ela me esperava brincando. Em uma certa ocasião, resolvemos gravar um simples "ahã" com uma voz feminina na música "malandra". Tom Soares, o vocalista da banda e autor da música sugeriu que Gabi gravasse. Ela não quis nem papo. Ali vivenciei uma das belas características de Gabi: Ela é fácil de lidar, não reclama muito e topa qualquer aventura. Mas quando ela diz NÃO, quer simplesmente dizer não. Insistir é perda de tempo. Minha guria sabe o que quer e o que não quer. Me orgulho disso. Hoje sinto o coração repleto e as lágrimas felizes no rosto, por ter esse amor tão vivo, e vê-la seguindo sua vida, prestes à experimentar a emoção que vivi naquele dia 13 de agosto de 1.993. A caminhada teve suas pedras, nem sempre foi fácil, mas juntos, nunca fomos de cultivar a facilidade. Estamos grandes e fortes, cultivando esse amor que se multiplica. Parabéns, minha filha querida, e, com licença, também me dou parabéns por desfrutar de tamanha felicidade. Que venha a vida, ao lado de minhas filhas, é muito mais vida. Parabéns, Marlene Andrade , você merece mais que todos essa alegria. Bora comemorar, Gabi!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Primeiro clip da banda Marcos Boi & Mad Dog Blues, Ouro Preto e Cinema Possível

Para falar do primeiro clip da minha banda Marcos Boi & Mad Dog Blues, é preciso fazer uma crônica poética de um momento muito especial no ano de 2.010.
Acompanho há mais de quinze anos o contador de histórias Zé Bocca, meu amigo dileto, meu irmão de vida e de estrada. Vai lá no belíssimo site dele e veja mais: www.bocadehistorias.art.br
Nessa estrada que percorremos juntos, e bota estrada nisso, tive o privilégio de conhecer o encantador circuito dos contadores de histórias. Boa parte dos meus grandes amigos conheci nessa estrada. Citar nomes pode ser perigoso, porque posso deixar gente importante de fora, então vou citando aleatoriamente, sem compromisso, porque quero deixar essa prosa fluir, sem pensar muito.
Em meados de 2.010 aconteceu o "Montanha de Histórias" em Ouro Preto-MG, uma espécie de "extensão"  do Simpósio Internacional de Contadores de Histórias que acontece em Copacabana, no Rio de Janeiro, que tem à sua frente a grande Benita Prieto.
Por iniciativa dos queridíssimos amigos Rosana Mont'Alverne, Luiz Elói, Juliana Flores e toda a galera da Aletria (www.aletria.com.br) de BH, a Mad Dog Blues foi convidada para tocar durante toda a semana do evento.
A viagem até lá valeria uma crônica à parte, mas eu, João Leopoldo, Maurício Toco  e Ítalo Ribeiro chegamos vivos e deslumbrados. Exceto para o Toco, era nossa primeira vez em Ouro Preto, e depois de conhecer aquele lugar, a vida nunca mais pode ser a mesma. Tocamos todos os dias, durante seis dias, ao por do sol da praça Tiradentes, em frente ao Museu da Inconfidência. Quem já esteve lá pode imaginar.

                                     Praça Tiradentes em Ouro Preto-MG, museu da Inconfidência ao fundo

Reencontrei velhos e especialíssimos amigos da estrada, e conheci gente nova. Entre eles, Jiddu Saldanha. Um artista incrível, no entendimento maior que tenho da palavra artista. Um homem performance, um multi-linguagem, um cara que é pensador e executor na mesma medida. A amizade e a admiração mútua foi rápida e fácil. Desde então, nos encontramos algumas vezes e nos falamos sempre via internet. Foi em uma dessas conversas que ele me pediu uma música minha pra fazer um videoclip. O ponto de partida da nossa amizade foi em uma viagem da Mad Dog Blues, natural que fosse uma das nossa músicas. Escolhi "os vícios teus" e mandei pra ele. E é com muita felicidade que posto aqui o nosso primeiro videoclip, feito maravilhosamente pela galera do Cinema Possível. À todos os envolvidos, nosso muito obrigado, e espero que em breve possamos bebemorar essa realização juntos. Vida longa aos que fazem da arte uma missão.


O making off:



sexta-feira, 29 de março de 2013