sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O que eu espero de 2011...

O Que eu espero de 2011...

Espero que olhemos mais a nossa volta e menos para o nosso próprio umbigo, espero que os nossos desejos mais íntimos estejam afinados com o bem comum, espero que passos largos, concretos e definitivos sejam dados para a paz no Oriente Médio e a erradicação da AIDS e da pobreza na África, espero que a questão da falta de vaga nas creches públicas em Sorocaba sejam tratadas com mais solução e menos desculpas, espero que a brecha na lei que permite que os políticos aumentem seus próprios salários seja questionada e extinta, espero muita música ao invés de ruído, brindes com os amigos e paz de espírito como fruto da sabedoria simples.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Pequeno glossário de blues e entrevista para o Jornal Cruzeiro do Sul-Sorocaba

Olá, publico aqui a matéria sobre o show "A sina do blues" no SESI Sorocaba dia 30.12.2010. à convite da Maíra Fernandes, elaborei um ,micro-glossário sobre blues, que saiu junto com a matéria. Pretendo escrever com um pouco mais profundidade aqui sobre a história do blues, projeto pra 2011.

Show de Marcos Boi & Mad Dog Blues é a opção da noite

Divulgação

Banda foi criada em 1998 para pesquisar a história e o repertório da música afro-americana
Os amantes do blues podem guardar um lugar na agenda nesta 5ª feira (30). É que para fechar o ano em grande estilo, o Sesi Sorocaba apresenta, às 20h, um show com os mais famosos blueseiros da região: Marcos Boi & Mad Dog Blues. Intitulado “A Sina do Blues”, o evento promete canções do segundo álbum da banda, além de clássicos do gênero de compositores como B.B. King, Buddy Guy, Billie Holiday, entre outros. Os rapazes sobem ao palco com figurino de época e, conforme Marcos Boi, além da indumentária, os timbres ajudam a banda a recriar a atmosfera do blues de raiz, conduzindo com virtuosismo a apresentação que dura aproximadamente 80 minutos.


Criada em 1998 para pesquisar a história e o repertório da música afro-americana, a banda Marcos Boi & Mad Dog Blues tem se mantido fiel a esse princípio durante seus nove anos de estrada. Formada por Marcos Boi nas guitarras, violino e voz; João Leopoldo nos teclados e voz; Everton Breaco nas gaitas, guitarra e voz; Maurício Toco no contrabaixo; e Ítalo Ribeiro na bateria e voz, a banda tocou em importantes eventos de blues, como o Cesma in Blues na cidade gaúcha de Santa Maria e o Pira Blues Festival, em Piracicaba, além de apresentações em casas como o Sanjaz e o All of Jazz em São Paulo.


Vale lembrar que em 1999 a banda venceu o Alumínio Festival nas categorias cover, melhor instrumentista para João Leopoldo e melhor intérprete vocal para Marcos Boi, e em seguida gravou o primeiro CD intitulado “Cachorrada”, onde a linha de trabalho já se evidencia. (Por Maíra Fernandes)


SERVIÇO:


O show “A sina do blues” começa às 20h, no Teatro Popular do Sesi, que fica na rua Gustavo Teixeira, s/nº. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados a partir das 19h no local. Mais informações pelo telefone (15) 3388-0444.


Glossário para iniciantes


Para quem quer conhecer um pouco mais sobre blues, o músico Marcos Boi preparou um pequeno glossário com o básico para começar a entender um pouco mais sobre o ritmo. Vai do nascimento, influências e principais expoentes. Confira abaixo:


Blues: Música rural afro-americana, surgida provavelmente no início do século XX, através de um longo processo de sincretismo cultural e transformações políticas e sociológicas ocorrido na população negra do sul dos Estados Unidos, e que se tornou base, direta ou indiretamente, de toda a música popular do século XX nos EUA.
Jazz: Música urbana afro-americana, surgida no início do século XX, tendo como raiz o blues, que se fundiu aos gêneros urbanos da época, principalmente o ragtime e que teve seu ponto de origem e difusão a cidade sulista de New Orleans.
Rocknroll: expressão usada pelos DJs de rádios de música negra nos Estados Unidos com conotação sexual (literalmente deitar e rolar). Quando estas rádios passaram a ser ouvidas por jovens brancos nos anos 50, a expressão se tornou nome de um gênero musical derivado do blues, e que depois desenvolveu vida própria.
Bluesman: na sua origem, o termo definia o líder cantor e compositor de blues, mas que transcendia o papel apenas do músico, ocupando em analogia o papel do griot africano: poeta, improvisador, coletor e arranjador de temas tradicionais, virtuose de seu instrumento, animador público, sociólogo, etc. Hoje em dia é aplicado a todo músico que se dedica ao blues.
Robert Johnson: Lendário bluesman do Mississipi, que gravou apenas 29 músicas e morreu em 1938, deixando um legado que influenciou várias gerações de músicos até os dias de hoje.
B.B. King: Mais antigo bluesman vivo de projeção internacional, aos 86 anos continua gravando, compondo e excursionando, tornando-se assim um embaixador e enciclopédia viva do blues.
Eric Clapton: Músico inglês que dedicou sua carreira a resgatar e divulgar o blues, tanto gravando canções perdidas, como acompanhando e apoiando músicos mais velhos de blues. Gravou um álbum tributo intitulado from the craddle, onde faz uma síntese dos mais importantes compositores da história do blues.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Márcia Mah - Universo de uma rosa



Esta belíssima canção de autoria da saudosa e querida Landa Lopes, minha conterrânea... sim... Landa Lopes nasceu em Mairinque! foi gravada por Marcia Mah no seu primeiro CD "apanhado", no qual me deu a honra de gravar uma canção minha, "sinuosa e lenta" e me chamou pra fazer o arranjo e tocar o violão de "universo de uma rosa", a música do vídeo, junto com o meu parceiro de Mad Dog Éverton Breaco. Direção do vídeo e José Neto.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Fotos do show "Na encruzilhada do blues - tributo à Robert Johnson"

Olá, abaixo segue fotos da estréia do meu tributo ao mestre Robert Johnson, na Oficina Cultural Grande Otelo, em Sorocaba. Fotos de Merlin Kern e Douglas.




Tá dando trabalho, mas estou adorando esse show, e me identificando demais com as canções desse mestre. Essa semana postarei mais sobre Me and mr. Johnson.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Blues! um pouco da história. Entrevista para o jornal Bom Dia

Olá! publico aqui entrevista que dei ao Jornal Bom Dia, de Sorocaba. Achei bem legal, porque possibilita esclarecer alguns clichês sobre o gênero. A entrevista foi realizada pela Fernanda Ikedo, via e-mail.

O blues surgiu na África ou nos Estados Unidos?

R.: O blues surge nos Estados Unidos, possivelmente no final do século, XIX, após a guerra da secessão, que gerou importantes transformações na vida da população negra, principalmente do sul. Não há registros nem do termo blues, nem de uma música com as caracteristicas que definem o gênero na África, até essa época.

Com os negros dos EUA, ex-escravos, o blues era um estilo melancólico de expressar os sofrimentos e angústias. No Brasil os temas são bem variados e algumas letras até engraçadas. Foi uma adaptação tupiniquim?

R.: O termo blues era uma gíria usada pelos negros para expressar sentimentos de tristeza, sofrimento e melancolia, e por extensão foi dado à música feita por eles, mas as letras sempre trataram de temas cotidianos, as vezes até de maneira alegre e bem humorada. Acho que esse sentimento se espalhou no blues feito em todo o mundo, os assuntos mundanos, do dia a dia continuam sendo o tema das letras. E aí, tragédia e gozo andam juntos...

Se há uma classificação possível entre os estilos musicais, onde o blues entraria? Entre o rock e o jazz?

R.: Anterior e raiz de ambos. O blues é, por assim dizer, "pai" do jazz e do rock. É a raiz desses gêneros, que avançaram a partir do blues ao serem colocados em outro contexto. O jazz surge da confluencia do blues, uma música rural até metade do século XX, aos estilos urbanos que povoavam a vida de New Orleans, principalmente o rag time. O blues chega à esse contexto através dos trabalhadores oriundos das zonas rurais, principalmente do Mississipi.
O termo rock'n'roll era uma gíria usada por DJs de rádios voltadas à música negra, principalmente a WDIA, em Memphis, e que tinha conotação sexual. Rock and roll é, literalmente, deitar e rolar. Quando os jovens brancos do pós guerra tiveram contato com essas rádios, fundiram aos estilos que já ouviam em casa, como o country music, e chamavam essa música de rock'n'roll, depois rock.

Meio batido, mas de onde veio mesmo o nome Mad Dog Blues? é uma música?
 ´
R.: É uma história divertida. A primeira casa que a gente tocou na nossa história foi em Piracicaba, num lugar chamado "The Dog & Trumpet", e o proprietário, o divertidíssimo Cacá, se declarou nosso padrinho, e, portanto, com direito à batizar a banda. Ele deu esse nome em referência ao nome da sua casa. Particularmente, eu não usaria nome em inglês, mas padrinho é padrinho, né...

A banda surgiu de uma pesquisa da musicalidade afro-americana. Durante esses anos de estrada quais foram as "descobertas"? sub-gêneros, novos ritmos, novos compositores, improvisações?

R.: A pesquisa continua. Agora estou mergulhando na obra de Robert Johnson, um lendário bluesman do Mississipi morto em 1.938, aos vinte e sete anos de idade, mas que deixou uma obra que influenciou tudo o que veio depois dele, incluindo o rock'n'roll. Os sub-gêneros oriundos do blues nos apaixonam e sempre fazemos referências no repertório, principalmente o jazz e a soul music. Por isso mesmo costumo usar o termo música afro-americana, porque o blues é a raiz de toda uma música negra feita na América do norte.

O que é o rural jazz?

R.: Não conheço o termo. Nunca o encontrei nas minhas pesquisas. Mas uma característica central no jazz é o fato de ser uma música essencialmente urbana.


Em que ano a banda lançou o Cachorrada? (eu não tenho esse cd, vcs ainda comercializam?). As faixas que estão disponíveis no Myspace:  O mesmo, Vícios teus, Prestação do amor, A sina do blues, Levando a vida, são dele?

R.: O CD cachorrada foi concluído em 1.999. Na verdade, ele é um CD Demo, e nunca foi comercializado. Teve uma tiragem de 200 cópias que foi distribuído, principalmente para contratantes e rádios. Das músicas disponíveis para audição no nosso myspace (www.myspace.com/marcosboimaddogblues) no momento, apenas "levando a vida" é do CD Cachorrada. As outras farão parte do nosso próximo CD, que já tem seis músicas prontas, faltam terminar mais três para iniciarmos o processo de mixagem final, masterização e prensagem.


Nos shows a banda mescla trabalho autoral e covers. Quais são os planos para 2011? novo CD?

R.: Terminar o novo CD, e iniciar trabalho de divulgação, fazer muitos shows, porque somos uma banda de palco, que tem paixão maior por tocar e viajar. E continuar o trabalho de releituras dos clássicos do blues, o que é uma tradição nos shows, mesmo dos grandes compositores americanos do blues.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Aborto e outros fantasmas

Esse é mais um e-mail que mandei recentemente, em resposta a uma afirmação que a Dilma é doida, terrorista e a favor do aborto. Como nas postagens anteriores, não citarei o e-mail recebido em respeito à privacidade do remetente. Quero atualizar aqui no blog as correspondencias eletrônicas que troquei ao longo da campanha para que fique claro minhas posições, e também por que acho que foi, na maioria das vezes, elegante e produtivo o embate de idéias. Segue a minha resposta:

Respeito seu voto, de verdade. Mas as informações sobre a Dilma são mentirosas, e convido-lhe a se informar em fontes seguras. Não pra mudar seu voto, mas pra embasar sua opinião. Não sei de onde vc tirou essa história de doida. Dilma sempre foi discreta e eficiente. Passou pelo governo do Rio Grande do Sul nos anos 90, e na gestão dela na secretaria de minas e energia, enquanto o Brasil todo amargava racionamento de energia e apagões (lembra?), o Rio Grande do Sul não foi incluído no racionamento e não teve apagão. E no entanto, nem se falou no nome dela. Ela gerenciou a crise como o governo do FHC e Serra não conseguiu fazer, e nem por isso personalizou essa conquista. Foi discreta. De tal maneira, que ela só  se tornou conhecida após assumir o cargo mais importante do governo Lula, a casa civil, que tem entre outras coisas, a função de articular todos os ministérios para trabalharem juntos e gerenciar os projetos de grande porte.
Quanto à questão do aborto, vou dar a minha opinião, não a da Dilma, que é um pouco diferente da minha.
Não posso conceber ninguém que seja A FAVOR do aborto, exceto talvez donos de clínicas clandestinas que ganham muito dinheiro realizando em torno de um milhão de abortos por ano no Brasil. Tenho duas filhas, que amo profundamente, e me alegro de não ter necessitado ou optado por realizar um aborto qdo elas foram concebidas.
No entanto, e nesse ponto minha opinião é um pouco diferente da opinião da Dilma, acho um obscurantismo completo ser uma questão criminal e não de saúde pública. Acho que deveríamos tratar como o Canadá e a maioria dos países da Europa, por exemplo, que autoriza o aborto de quem fizer essa opção, dentro de regras rigorosas (como já é lei no Brasil nos casos de estupro ou risco de vida da gestante), e em contrapartida investir em educação e prevenção para que se evite gravidez não planejada. Que as igrejas exortem os seus fiéis a não praticá-los, que tratem como pecado se assim entenderem. Isso é plenamente saudável e educativo.
Porém, misturar fundamentalismo religioso e estado é um erro histórico medieval. O Irã, o Afeganistão, os judeus sionistas (não confundir com todos os judeus, por favor), etc., estão aí pra mostrar o quanto deveríamos evitar essa mistura das coisas.
Se a idéia de algumas lideranças religiosas e alguns seguidores fanáticos for levada a sério, uma igreja que trata como pecado uma mulher usar calça comprida, por exemplo, deveria ter essa doutrina tornada lei, criminalizando todas as brasileiras que usarem calça comprida!
Nenhuma igreja cristã aprova a infidelidade conjugal, mas transformar isso em lei e punir os possíveis infiéis não é função do estado. Isso não quer dizer que sou a favor da infidelidade. Quer dizer que é um absurdo isso se tornar tema de debate político, de ser anseio de legislação. Isso é obscurantismo medieval.
Enfim, xará, como disse, não quero mudar o voto de ninguém simplesmente dizendo que minha opinião é a verdade a ser seguida. Estou sim lutando para compartilhar informação, porque o que vejo é desinformação, ou terrorismo de contra-informação...muitas coisas como essa, de dizer que a Dilma é doida e etc. Muito pelo contrário. Dilma è tremendamente careta e caxias. Mas defende o melhor projeto para o Brasil no momento. Isso não é só minha opinião. É a opinião da imprensa internacional, e de 80% dos brasileiros que tratam o governo do presidente Lula como bom ou ótimo.
Por não ter projeto para enfrentar essea popularidade e esse projeto, a oposição parte para a mentira, para a calúnia, para tentar demonizar uma candidata ou um partido. Se fossem bons, tivessem projetos, ganhariam a eleição, como foi no caso do FHC, que tinha projeto para o Brasil, projeto que sou crítico e não concordo, mas tinha projeto. E o Serra não tem.
É isso. Não me importo que discorde do meu ponto de vista, isso é bom, isso é debate, coisa que o resto dos serristas não estão fazendo.
Só pra lembrar: A Marina Silva e Dilma estiveram juntas no governo durante seis anos, um mandato e meio, uma como ministra do meio ambiente e outra como ministra de minas e energia e depois como ministra da casa civil, apoiando e gerenciando o mesmo projeto, filiadas ao mesmo partido. Marina saiu por divergencias na agenda ambiental e por perceber que não conseguiria espaço para se candidatar pelo PT à presidencia da república, já que o cargo de ministra da casa civil corresponde ao que é um primeiro ministro em alguns países, tornando Dilma a candidata natural.
Convido vc a comparar dados relativos ao governo Lula, que Dilma apóia e quer prosseguir. Trinta milhões de brasileiros deixaram a linha de pobreza extrema, e hj comem, estudam, ênfim, tem perspectiva de vida com dignidade humana. Isso, pra mim, é verdadeiramente ser a favor da vida

abraço

domingo, 31 de outubro de 2010

Continuo sonhando!

Postarei aqui alguns e-mails que enviei falando de eleição, geralmente em resposta à e-mails que recebi. Esse é um dos e-mails que troquei com uma mulher, não publicarei o e-mail dela sem que me autorize. Sempre foram e-mails discordantes em seu ponto de vista, mas elegantes e cordiais. O debate ganha com isso.

As vezes demoro um pouco pra responder porque a correria toma conta da minha vida, mas assim  que posso sentar na frente do computador respondo. Não gosto de responder correndo pra que não diga coisas precipitadas, sem reflexão.
Fico muito feliz de vc dizer que identifica em minhas ações de informação uma militância do bem maior. Me filiei em 1991, com 21 anos de idade ao PT, e nunca concorri a nenhum cargo eletivo, nem mesmo dentro do partido. Entendia que construir uma sociedade mais justa, incluía uma luta institucional, e em uma democracia, os partidos políticos são a instituição com maior poder de ação, já que disputam levar ao poder um projeto de sociedade, e disputar esse projeto eleitoralmente.
Convivi com o crescimento desse partido muito de perto, participando internamente das discussões. Tive algumas decepções e muitos motivos de orgulhos nesses anos. No período do mensalão, cheguei a duvidar se teria forças pra prosseguir. Mas eu me lembrava dos outros um milhão de filiados, como eu, que se dispunham à luta, sem esperar ser candidato, ou o que fosse. Que também estavam indignados, porque víamos o grupo que levou a esse ponto, ganhar poder dentro do partido, partir para um pragmatismo sem limites.
De uma certa forma, aquilo nos fortaleceu. Internamente, houve uma guerra no partido. E o grupo que entendia que tudo era válido para implantar o projeto, depois de décadas de domínio interno, finalmente enfraqueceu, com um certo equilíbrio, as coisas foram recolocadas. O estrago causado assustou a todos.
Gostaria de lembrar que a candidata em quem vc declarou seu voto no primeiro turno, a Marina Silva, era ministra desse governo, assim como a Dilma. E que nenhuma das duas foram associadas à esse escândalo. Na verdade, as duas empreenderam uma luta dolorida e silenciosa dentro do partido para extirpar esse pensamento que o grupo que dominava o partido na época tinha, e o cacique desse grupo era o Zé Dirceu, de que guerra é guerra, se os adversários são impuros, não podemos ser ingênuos.
Nenhuma das duas foram sequer citadas nesse período como envolvidas com as denuncias. Silenciosamente empreenderam uma luta interna para salvar o governo e o projeto social que ele carregava.
Foi nesse período que a Dilma ganhou grande confiança do presidente Lula, a ponto de ser escolhida para ser a candidata à presidente. Porque ela, sem alarde na mídia, conseguiu derrotar o grupo do Zé dirceu, se tornou a ministra da casa cilvil, cargo que antes era ocupado pelo Zé Dirceu, e ajudou incansavelmente o presidente a reorganizar o governo.
Sinceramente, aprecio o diálogo de alto nível que compartilhamos nestes e-mails. Não quero mudar seu voto, ou defini-lo. Tenho o meu voto definido e público, votarei na Dilma, porque, sinceramente, minha escolha sobre o que é mais importante no momento é o enfrentamento da pobreza, o fortalecimento da economia, a melhoria de vida do brasileiro. E isso esse governo fez, sim. Os indicadores, a imprensa internacional está mostrando isso com clareza.
Mas, retomando, não quero mudar o seu voto porque estou definindo o que é certo ou errado.
Não queria, de verdade, precisar mandar todos esses e-mails, etc. mas me sinto novamente chamado à essa responsabilidade, porque o que mais me assustou nessa campanha, é a baixeza, a utilização da mentira, a boataria como forma de campanha. E sabe porque eu acho que isso tá acontecendo? porque a oposição não tem projeto pra se contrapor ao projeto do governo. A oposição tá sem discuro, sem bandeira. Fala em bolsa família em campanha, mas não fala que é contra, fala que vai dar décimo terceiro, o que é uma mentira, bolsa não é salário. O serra usa foto do Lula no seu programa. Que oposição é essa?
E o pior: A quantidade de mentira, de terrorismo de informação que se faz. Pega-se discursos, programas de TV, etc, tira-se de contexto, edita-se e usam para atacar a candidata do governo. Escrevem-se textos toscos, preconceituosos, e atribuem-se a celebridades para dar credibilidade, como aconteceu com o texto atribuido ao Jabor. Recebi e-mails com foto-montagens toscas com a Dilma segurando metralhadoras, dizendo que ela era lésbica, que era de seita satanística, etc.
Fiquei com uma triste sensação: já sei quem perdeu esta eleição: A verdade, o debate honesto sobre um projeto para o país. Não há uma contraposição de projetos. e o Brasil perde com isso. Tanta gente se envolve em época de eleição! Que hora boa para se discutir de maneira grandiosa nosso destino como povo, como pátria. Mas veja a questão do aborto! A oposição usa isso pra atacar a candidata do governo, essa mesma oposição que tem um candidato que sancionou a normativa que permitia o aborto no SUS, dentro dos limites que a lei já previa, em casos muito específicos, como em caso de estupro, por exemplo. Não é hipócrita? ganhar uma eleição assim?
Não acho o governo perfeito, a Dilma perfeita, o Lula perfeito, o PT perfeito. Não haverá esse partido, esse político. Estou votando em um projeto, em um caminho, que se revela vitorioso nos seus temas mais caros: Luta contra a pobreza, fortalecimento do patrimônio nacional, criação de uma classe média popular, respeito internacional, etc
Esse governo, infelizmente, não conseguiu quase nada na luta contra a corrupção. Talvez permitir que ela seja exposta viceralmente, diferente do que aconteceu no governo do PSDB, quando Fernando Henrique comprou o congresso para que alterasse a constituição e permitisse a sua reeleição, que não existia na época.
A corrupção será enfrentada com uma reforma política séria. Não podemos esperar que um partido santo, que políticos santos assumam o poder e tenham uma prática ilibada como única forma de se resolver o problema. As facilidades pra corromper e corromper-se são imensas. E sempre o ladrão aproveita a ocasião.
Ufa! me alonguei demais! estou cansado, mas não é hora de abandonar o combate. Para cada mentira plantada, tentarei encontrar e compartilhar uma informação esclarecedora.

Um abraço, continuo sonhando.