Estava
ouvindo o magistral álbum Edu & Tom,
de 1.981, uma antológica parceria de Tom Jobim e Edu Lobo, mais precisamente a
canção “é preciso dizer adeus” , e pensei em encontrar uma imagem que
representasse como vejo e sinto o piano do Tom, sem idealizar, buscando
aleatoriamente, na base do insight, e a imagem que me veio foi esta:
Imagine que
você tem uma mulher que ama, e vocês estão bem. Ela é companheira,
parceira, com aquela cumplicidade que só os verdadeiros casais podem ter.
Daquelas que o tempo passa, a intimidade aumenta e o seu desejo nunca arrefece.
Pois bem,
vocês saem uma noite. Comem uma comida muito boa, e você observa o brilho nos olhos dela. Vão para um barzinho, encontram amigos queridos, bebem um
pouco, dançam um pouco, conversam muito, riem muito. Aí vão pra casa, pra cama.
Fazem amor de um jeito tranquilo e caudaloso, relaxado e incendiário. Dormem
cansados.
No dia
seguinte, você acorda um pouco antes dela, na claridade suave do quarto pela
manhã. Está deitado com o rosto há um palmo do dela. Ela ainda dorme. Você
observa a expressão relaxada, a beleza dos contornos, sente o cheiro sutil dos
seus cabelos.
Então ela
acorda. Abre os olhos, e eles trombam imediatamente com os seus, como se
mergulhassem despretensiosamente um no outro. Então sorri um sorriso
sutil, apenas de canto de boca. Mas um sorriso que vem lá do fundo da alma, de
tal maneira que seu rosto se ilumina.
Isso pra mim
é piano de Tom Jobim.
Um piano de toque raro, com extrema sensibilidade; nele não há razão, antes transbordo do mais profundo sentir sem saber exatamente o que, mas incendiado pela mais espetacular necessidade de expressão.
ResponderExcluirLindo texto e linda imagem. Para você isso é piano de Tom Jobim.. Para mim isso é amor.
ResponderExcluirLaís